“São tempos sombrios, não há como negar” : usos do passado e imaginários sobre nazifascismo e autoritarismo na narrativa cinematográfica de Harry Potter

O presente trabalho propõe-se a investigar alguns elementos do passado presentes na saga cinematográfica Harry Potter. Analisa os imaginários relacionados ao fenômeno nazifascista e a ideologias autoritárias difundidas na Europa entre as décadas de 30 e 40 do século XX, que podem ser encontrados em quatro filmes da referida franquia. O estudo se concentra em como o desenvolvimento da narrativa fantástica lida com os usos do passado em algumas situações, problematizando-os a partir da construção de imaginários e representações sobre o nazifascismo e o autoritarismo, de acordo com três temas: a superioridade e a pureza; o controle e o medo; a segregação e a eliminação do inimigo. Ademais, verifica as possibilidades do cinema como fonte para a produção do conhecimento histórico e analisa como a teoria da História auxilia no entendimento da relação entre narrativa ficcional e narrativa histórica. Propõe ainda uma reflexão sobre a contribuição da narrativa ficcional para os/as historiadores/as e o ensino de História no estudo do passado a partir de demandas do presente, principalmente quando se trabalham temas sensíveis como fascismo e racismo em sala de aula.This paper investigates the imaginary related to the Nazifascist phenomenon and the authoritarian ideologies spread in Europe between the 1920s and 1930s in four movies of the Harry Potter franchise. The study focuses on how the development of the fantastic narrative deals with the uses of the past, problematizing them from the construction of social imaginaries and representations about Nazifascism and authoritarianism according to three issues: superiority and the purity; control and fear; segregation and elimination of the enemy. It examines the possibilities of film as a source for historical knowledge and analyzes how the Theory of History helps in understanding the relationship between fictional and historical narrative. It also proposes a reflection about the History Teaching and the study of the past from the present demands, especially when working on controversial issues such as fascism and racism in the classroom